Frei Cláudio van Balen
Fé e Cidadania
Uma pastoral urbana
A vida nas cidades caracteriza, hoje, a sociedade brasileira e, portanto, a cultura com suas consequências para a ação pastoral da Igreja. A estrutura de nossa paróquia não pode mostrar-se estática e burocrática, ignorando a flexibilidade das relações humanas. Caso a Igreja deseje estar no mundo como luz e sal, fazendo-se bom fermento, ela deve corrigir sua estrutura unilateralmente hierárquica, clerical e masculina.
Na ação pastoral, é necessário transformar a veleidade em realidade, reconhecendo o PROTAGONISMO DOS LEIGOS, sobretudo, entre os que dela participam como voluntários. Em um ambiente de acolhimento, impõe-se o serviço convincente da COMUNICAÇÃO. Em textos, ritos, celebrações e homilias é indispensável a inserção na realidade com participação e criatividade. Temos de possibilitar às pessoas, sobretudo à juventude, reformular e aprofundar sua visão de fé.
Outra urgência é priorizar FORMADORES DE OPINIÃO e LIDERANÇAS através da ação pastoral. Nada de limitar-nos a uma espiritualidade intimista e a pequenas ações intra-eclesiais. Havemos de multiplicar campanhas e eventos, marcando presença na convivência social. Requer-se atenção cultural e ética para o reconhecimento e a compreensão dos problemas atuais. Nos setores de lazer e política, de afetividade e sexualidade, de espiritualidade e ética, a ação pastoral deve oferecer pistas e critérios humanitários.
Para saciar a sede de conhecimento e de participação, é urgente multiplicar grupos de REFLEXÃO BÍBLICA E ORAÇÃO. Em vez do aprisionamento em estruturas eclesiásticas, temos de criar novos laços de comunhão, também ecumênicos. Na coragem de servir, é preciso abrir espaços, a fim de que a Igreja mergulhe mais efetivamente na cultura moderna.
Nossa Paróquia há de superar toda forma de exclusão própria da burocracia institucional, mostrando-se capaz de acolhida e solidariedade, de inserção e transformação, pois há de ser o que já é: um centro de prestação de serviços, de humanismo e de espiritualidade.
Frei Cláudio van Balen